Sebastião foi adotado em cachorro e viveu com vários cães. Ao fim de 5 anos teve de voltar ao canil porque a sua companheira humana faleceu.
Alguém, geograficamente distante, apaixonou-se pela história do Sebastião e resolveu fazer umas centenas de kms para o tirar do canil.
Em casa já existia a Mel e a convivência inicial entre o Sebastião e a Mel não foi como se imaginava que iria ser, apesar de ter sido levada na viagem ao canil para a apresentar ao Sebastião.
Por isso, decidi falar sobre um termo que usamos, mas nem sempre temos consciência do que significa quando falamos em comportamento canino, que é a “habituação”.
Quando um cão vive numa casa onde tem uma vida feliz com a sua família humana, em que está “habituado” a conviver com os cães e gatos da casa, não é sinónimo de que a história se vai replicar de imediato noutros contextos, ou seja, noutra casa com outras pessoas, outros cães ou gatos. Podemos eventualmente concluir que a socialização incluíu outros cães e gatos, o que foi positivo, mas não é garantia de nada para futuros encontros e convivências.
O processo de habituação num contexto nem sempre se generaliza para outros contextos. Para além de que este cão ainda passou por uma estadia em canil, o que aumentou o stress e o medo.
O Sebastião na nova casa, apesar de rapidamente ter estabelecido uma excelente relação com as pessoas, tal não aconteceu com a cadela.
Com a prática correta e adaptada, precisou de um mês para aceitar a sua companheira canina. Poderia ter sido mais ou poderia ter sido menos, o que interessa saber é que cada cão tem o seu tempo para se adaptar a novos contextos.
Eu diria que a predisposição genética e as experiências iniciais da vida do Sebastião foram bons aceleradores neste processo atual da vida.
A família humana soube esperar e acolher. A Mel foi paciente e aguardou calmamente.
Estão todos de parabéns!🥳
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